quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Universo Marvel VS Justiceiro: Competição Extrema

Imagine uma realidade distópica, daquelas que os estadunidenses adoram. Um cenário devastado. Acrescente uma praga que transformou a grande maioria dos habitantes do planeta em violentos canibais organizados em tribos. Bem-vindo a mais uma realidade do Universo Marvel! Bem-vindo à selva!




A mini publicada em Grandes Heróis Marvel n°s 15 e 16 mostra um universo devastado, onde os principais ícones da editora se tornaram canibais assassinos organizados em tribos. E, aparentemente, a única pessoa “normal” nesse universo caótico é o vigilante Frank Castle, conhecido como Justiceiro. Mas qual o papel de Castle nessa bagunça? Simples, matar os monstros que tomaram o mundo.

Resumindo a história, Castle se sente culpado pelos eventos que destroçaram o planeta Terra. Em uma abordagem de rotina, o Justiceiro acaba liberando nos esgotos um vírus cuja função primordial era a sobrevivência a qualquer custo. Os efeitos do vírus demoraram a aparecer, mas, pouco a pouco, o cenário caótico foi se formando. Homem-Aranha, Coisa, Viúva Negra, dentre outros personagens da Casa das ideias se tornam violentos e tribais canibais. Nesse cenário, Castle elimina um a um dos personagens que aparecem, numa vã tentativa de salvar o mundo.


Um dia, a coisa muda. Castle, após uma violenta batalha com a tribo do Paciente Zero (no caso, Peter Parker), encontra dois sobreviventes: Um padre e um menino. Na verdade, ambos não passavam de uma isca para Zero se aproximar do Justiceiro e propor uma aliança. Zero teve uma de suas “fêmeas” (Mary Jane Watson, um dos poucos humanos não infectados. Com um detalhe: Grávida. Sim, somente em uma realidade alternativa em que Peter Parker é um canibal líder de uma tribo de personagens relacionados a aracnídeos é que ele pode ser pai...) raptadas pelo Rei da Morte (Wilson Fisk, o Rei do Crime). Zero propõe que Castle aniquile a tribo do Rei em troca da localização de outros humanos não infectados pelo vírus. E que, ao final, cada um vai para seu lado. Justiceiro, inicialmente, recusa a oferta. O bom e velho soldado segue os passos de Stalone Cobra: “Eu não negocio com loucos (ou monstros canibais, enfim)”. Mas o padre convence Castle a executar o plano proposto pelo Paciente Zero. 



Com isso, descobrimos que as habilidades de conquista de Wilson Fisk ficaram ainda mais potencializadas com o vírus, que cria praticamente a tribo mais poderosa de canibais de Nova Iorque. Castle quase morre nas mãos de Wilson Fisk. Somente graças a uma intervenção deDeadpool (que resiste praticamente a todas as formas de morte infligidas por Frank Castle) é que Frank vira o jogo, promovendo um massacre de proporções assustadoras. Mas não há final feliz. Castle obtém a localização de outros sobreviventes, mas não cumpre a parte que diz respeito à cláusula “cada um vai para o seu lado”. O Justiceiro executa friamente Parker, deixando Mary Jane viúva e uma criança órfã. Os sobreviventes embarcam para fora da ilha de Manhattan, enquanto o Justiceiro fica para terminar com a matança. 

A premissa é simples e nem um pouco inovadora. Filmes como “Eu Sou a Lenda” e “Extermínio” abordaram situações parecidas, talvez com melhor competência que a apresentada pela minissérie. Mas isso não quer dizer que o resultado do trabalho de Jonathan Maberry (Doom War) e Goran Parlov (esse dispensa qualquer apresentação) seja ruim. Não é algo que vá mudar sua vida ou abrir seus horizontes, mas tem pontos bons. No saldo dos altos e baixos, é uma leitura que serve de bom passatempo (como um gibi deve ser). 


Obviamente, não aprofunda temas interessantes, com cunho mais filosófico ou questionador. Pode ser chatisse minha, mas a temática da história permite isso. Uma realidade distópica significa um lugar onde tudo deu errado. A Casa das Ideias adora brincar com esses conceitos, que, vez ou outra, resultam em histórias de impacto, como “Era do Apocalipse”“Dias de Um Futuro Esquecido” e “Futuro Imperfeito”. Não é o que vemos aqui. Na verdade, a minissérie só serve de motivo para que Castle massacre o maior número de fantasiados possíveis (é, já está de bom tamanho, não?). Goran Parlov também é um bom incentivo para a leitura, principalmente para aqueles que sentem falta do Justiceiro de Garth Ennis. Creio eu que essa mini seja um dos melhores trabalhos do desenhista com o homem da caveira.

Em termos de repercussão, o saldo da mini foi positivo para Marvel, já que, na edição de n° 17 de Grandes Heróis Marvel, começa “Universo Marvel VS Wolverine”, que retrata o velho carcaju nesse mundo apocalíptico. Nos Estados Unidos foi lançada a terceira mini dessa realidade com o sugestivo título de “Universo Marvel VS Vingadores”. Tudo indica que a Marvel repetirá os mesmos passos da franquia “Zumbis Marvel”, até porque a fórmula, usando os personagens corretos, acaba por atrair uma parcela expressiva de fãs. 


Enfim, "Universo Marvel Vs Justiceiro" é uma boa história de ação, principalmente se você gosta de ver Castle aniquilando fantasiados e não liga para certas partes que os fãnboys torcem o narizSe gostou de “Justiceiro Massacra o Universo Marvel”, talvez aprecie o trabalho aqui realizado.

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